A capacidade ociosa é uma medida de produtividade determinada pelo número total de horas pagas comparado ao número de horas realmente trabalhadas. Essa métrica é fundamental para as indústrias que buscam otimizar seu tempo de produção e não perder recursos valiosos com inatividade. Neste artigo, exploramos um pouco mais este tema e damos soluções flexíveis para quem quer ampliar resultados.
Tipos de capacidade de produção industrial
No geral, podemos dividir a capacidade produtiva nas fábricas em três: capacidade teórica, capacidade produtiva e capacidade ociosa.
A capacidade teórica se refere ao número máximo de produção que uma empresa pode fazer em condições ideais. Isso inclui uma mensuração onde não há perda ou falha de equipamentos, sem erros humanos, sem feriados e sem pausas na linha.
É um modelo teórico justamente porque implica em uma empresa funcionando sem parar, o tempo todo, em um processo contínuo e perfeito.
Esse, claro, é o sonho de toda a indústria. Mas esse modelo teórico serve apenas como forma de determinar um teto para a produção máxima possível.
Portanto, nessa etapa entra a capacidade produtiva. Um modelo realista da quantidade de produção possível na linha durante as horas de trabalho.
Ele ajusta a capacidade teórica para eventos recorrentes, como downtime de máquinas, variações na habilidade dos funcionários e fechamento de fábrica para feriados, por exemplo.
Por fim, temos a capacidade ociosa.
Capacidade ociosa
A capacidade ociosa nas indústrias se refere ao tempo gasto na linha de manufatura em que nenhuma produção ocorre. Essa é a diferença na margem entre a capacidade teórica e a capacidade produtiva real.
Durante os períodos de capacidade ociosa, as empresas não tiram benefícios dos equipamentos ou dos trabalhadores. Ao invés disso, absorve despesas que podem se acumular a longo prazo.
Ou seja, é um indicador de custos que pode apontar para inúmeros problemas na linha de produção.
Regra básica de cálculo de capacidade ocisosa
A proporção normalmente é expressa como porcentagem, um cálculo para determinar a diferença em um determinado período de tempo.
A regra se aplica da seguinte forma (horas contabilizadas - horas realmente trabalhadas) * taxa de aplicação de despesas gerais de fábrica.
A taxa de aplicação de despesas gerais de fábrica põe no cálculo fatores como:
- Trabalho direto;
- Trabalho indireto;
- Recursos indiretos;
- Suprimentos e recursos;
- Eletricidade;
- Reparos;
- Manutenção industrial;
- Seguro;
- Desgaste de maquinário.
- Além de outros mais que forem considerados úteis no cálculo.
É importante observar que a ociosidade produtiva normalmente é calculada com base em um período fixo de tempo, com métricas mensais, trimestrais e semestrais.
Isso ajuda a ter um melhor acompanhamento do desempenho da manufatura e avaliar quais são as variações mais comuns no desempenho do maquinário e da equipe.
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Aspectos relevantes sobre a capacidade ociosa
1. Cálculo de Fábrica
O cálculo de fábrica inclui a mensuração do custo de produção e do custo de capacidade ociosa da fábrica. Isso pode envolver custos fixos como depreciação anual média de equipamento, impostos da propriedade, salário da equipe envolvida e mais.
Os contadores incluem esses custos no custo para cada produto individual. Esses valores fixos se aplicam sobre a capacidade ociosa e são adicionados aos custos dos produtos fabricados em outros períodos.
Ou seja, no geral, quanto maior a capacidade ociosa de uma fábrica, menor a margem de lucros, já que os custos começam a ser vinculados à produção. Mas isso não significa que a solução está em manter o maquinário rodando por mais tempo.
Só deixar as máquinas CNC e robôs ligados não trará mais lucro para ninguém. Portanto, é importante pensar na ociosidade como uma oportunidade de crescimento produtivo.
2. Decisões estratégicas
Também é necessário considerar a capacidade ociosa na hora de fechar novas negociações de pedidos. Muitas empresas negociam grandes quantidades de produtos a preços reduzidos.
Mas é preciso cuidado para determinar se o baixo valor individual das peças ainda gera lucro suficiente para a empresa. Uma fábrica com capacidade ociosa já está alocando seus custos fixos ao nível da produção atual. Reduzir a margem de lucro pode prejudicar a estabilidade financeira de toda a estrutura.
Quando a produção necessária para alcançar as vendas adicionais exige o uso de capacidade ociosa, as vendas adicionais só precisam satisfazer custos diretos, como materiais, para determinar o lucro.
Ou seja, no caso de grandes vendas com preços reduzidos, as unidades extras do pedido devem sair da capacidade produtiva ociosa da linha para manter a lucratividade do projeto. Essa é uma forma de usar positivamente esse tempo parado.
Explorando a capacidade ociosa com a flexibilidade dos cobots
Downtime é um pesadelo para qualquer manufatura. Uma linha parada significa prejuízo certo para os gerentes. O que fazer então quando há capacidade ociosa de maquinário e equipe? Uma solução possível é relocar equipamentos e funcionários para outras tarefas.
Isso, claro, nem sempre é possível dentro do cenário industrial tradicional, mas tecnologias mais modernas como os cobots são mais leves, fáceis de programar e montáveis em diferentes superfícies e orientações, sendo também robôs com grande mobilidade.
Essas características geram maior flexibilidade para os braços robóticos colaborativos, que podem ser adaptados com diferentes ferramentas (end-effectors), atuando em atividades distintas da linha produtiva.
Por exemplo: para empresas com um processo de paletização muito lento, com grande capacidade ociosa de maquinário e equipe, pode ser útil relocar o robô colaborativo e o funcionário alocados para uma tarefa de empacotamento para acelerar uma das etapas do projeto.
Imagine uma fábrica com 5 linhas de diferentes produtos. Nem todas rodam simultaneamente e, portanto, não seria interessante investir em uma solução por final de linha.
Logo, uma solução móvel de paletização capaz de atender as linhas distintas sob demanda funciona muito melhor, já que há mobilidade e fácil configuração para realizar a paletização das 5 linhas.
Isso vai diluir a capacidade ociosa da sua fábrica e aumentar a produtividade geral da linha, com ganhos em diferentes pontos, algo bem diferente de uma solução de robótica industrial tradicional que costuma ser fixa e voltada para uma única aplicação.
Além disso, sob necessidade, cobots podem trabalhar, mediante uma avaliação de risco, lado a lado com humanos, sem células de segurança para proteção, o que também reduz o impacto no chão de fábrica e amplia ainda mais os locais de implementação da tecnologia.
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