Quais são os desafios e dores da aplicação de soluções robotizadas na indústria alimentícia?
Ainda que a robótica e a indústria 4.0 estejam em pleno desenvolvimento, existem desafios a serem vencidos na indústria brasileira.
O Brasil ainda está para trás na robotização: para cada 10.000 trabalhadores, são 14 robôs. Isso fica muito atrás da média mundial de 80 robôs para cada 10.000 trabalhadores e, indo ainda além, na Coreia do Sul, líder no ranking, são 2700 robôs em atividade para a mesma medida.
Além disso, a instalação de novos robôs não cresce em ritmo tão acelerado. No Brasil, são 2000 novos robôs instalados por ano. Já na China, outro país do BRICS e líder em crescimento na automação, são 100.000 novas unidades anuais.
Em volume total, o Brasil também está atrás no número de bases instaladas, são 16.000 no país e, ao todo, 3 milhões no mundo inteiro. Uma pequena fração do total que mostra, junto desses outros valores, o longo caminho a se percorrer.
Contudo, é importante observar que, com a consolidação da indústria 4.0 e a aproximação da indústria 5.0, as empresas que primeiro se adequarem aos novos métodos de trabalho terão vantagens competitivas no mercado interno, otimizando a produção e aumentando a qualidade da entrega, mas também no mercado externo, com a redução do valor de produção unitário graças aos benefícios dos processos automatizados.
No Brasil, a indústria automobilística concentra 30% dos robôs em operação, retendo boa parte da tecnologia em suas linhas produtivas. A indústria alimentícia fica em 5º lugar no número de unidades robóticas adotadas, mas esse número vem mudando.
Quer entender mais sobre a aplicação de robôs na indústria alimentícia, com exemplos visuais e claros sobre o assunto? Veja o vídeo de explicação na conversa que produzimos com a SNEF Brasil:
Problemas na adoção da robótica na indústria alimentícia
Com a pandemia do novo coronavírus e restrições sanitárias ainda maiores, muitas empresas viram a necessidade de adaptar suas linhas para garantir a continuidade dos processos através de divisórias físicas de acrílico para maior distanciamento social e segurança dos operadores.
Contudo, ainda existem dúvidas a respeito das soluções robóticas na indústria alimentícia. Muitos negócios consideram que, com a alta flexibilidade de produtos e a falta de padronização (comparada à indústria de metais, por exemplo, com resultados esperados bem claros e definidos), não será possível implementar a disciplina de robótica nas linhas de produção.
Outros tentaram robotizar atividades e não tiveram os resultados esperados: a garra não conseguiu pegar o produto (que pode apresentar diferença na umidade, tamanho e rigidez em diferentes momentos do dia), a garra não tinha a velocidade necessária para a operação render da maneira desejada e, por isso, deixaram os robôs “na gaveta”.
Além disso, o volume de produção, muitas vezes, não era expressivo o suficiente para justificar o investimento em robótica clássica, já que os parâmetros de retorno em investimento não se cumpririam.
Soluções em robótica para a indústria alimentícia
Apesar dos levantamentos acima, é responsabilidade do integrador, justamente, encontrar as soluções que sanem os desafios na linha de produção de cada empresa, tendo modelos e métodos únicos para cada fábrica.
É justamente na indústria alimentícia, pela flexibilidade na linha, que faz sentido usar robôs colaborativos e não máquinas padrão, pois os robôs permitem flexibilidade e variabilidades da linha.
Com isso, são gerados ganhos na produtividade, funções complexas podem ser executadas de forma autônoma e padronizada, há aumento na qualidade, os robôs passam a atuar em cenários agressivos de produção e protegem a saúde dos funcionários (tanto em tarefas repetitivas quanto em ambientes perigosos de frio ou calor extremo), redução de gasto de energia, aumento da higiene e da segurança alimentar.