Robôs têm aumentado suas atuações em todas as áreas, gerando resultados positivos em diversos segmentos. Neste artigo, exploramos como a robótica na medicina cresce a cada ano, quais são as principais tendências e inovações na área.
Relatório IDTechEx sobre robótica na medicina
A IDTechEx produziu um relatório completo sobre as tendências de uso da robótica na medicina levando em consideração as estimativas para o período 2020-2030. Abaixo, vamos resumir os principais pontos.
1. Robôs cirurgicos para cirurgia geral
Cirurgia geral (abdominal, torácica, colorretal, ginecológica, urológica) é uma das mais comuns aplicações para robôs cirúrgicos.
Ainda que a Cirurgia Intuitiva seja a líder de mercado dentro dos robôs cirúrgicos nos últimos 20 anos, a situação pode estar para mudar.
A dominação Intuitiva no mercado de robôs cirúrgicos forçou novos players a diversificar, já que as empresas estão tentando se desvincular do sistema DaVinci.
As abordagens incluem design alternativo, fator de forma ou abordagem de cirurgia. Hoje, o pioneiro de mercado enfrenta competição de mais do que uma dúzia de principiantes explorando diferentes configurações e abordagens de cirurgia robótica assistida.
2. Navegação por catéter robótico
Instrumentos médicos como cateteres são usados amplamente para conduzir intervenções cirúrgicas em corações, artérias e veias. Os procedimentos de ablação com cateter requerem que um fio seja empurrado manualmente, e com isso os cirurgiões são expostos à radiação nociva de raios-x.
Para resolver esse problema, sistemas robóticos para navegação de cateter foram desenvolvidos para eliminar a necessidade de manipulação manual do fio.
Ao invés disso, cirurgiões podem controlar o cateter remotamente, reduzindo o nível de exposição à radiação. E ao contrário de muitos robôs cirúrgicos que ainda precisam provar seu valor, navegação por cateter robótico já mostrou melhora em resultados clínicos.
Isso porque navegação por cateter robótico aumenta a velocidade e eficiência da intervenção, podendo reduzir a necessidade de procedimentos de acompanhamento.
Além disso, reduzem o trabalho das equipes clínicas sobrecarregadas, resolvendo um dos principais desafios na medicina atual.
3. Posicionamento robótico de instrumentos cirúrgicos
Robôs cirúrgicos estão sendo usados cada vez mais para facilitar e otimizar o posicionamento de instrumentos e ferramentas durante cirurgia guiada por imagens.
Os sistemas de posicionamento robótico de instrumentos cirúrgicos são vantajosos para qualquer procedimento e podem ser conduzidos com grande precisão.
Esses sistemas facilitam os fluxos de trabalho das salas de cirurgia ao garantir que as ferramentas sejam inseridas no ângulo e profundidade corretas. Muitas vezes, humanos não conseguem alcançar o nível de precisão exigido por conta de tremores involuntários.
O posicionamento robótico de instrumentos cirúrgicos provou seu valor em procedimentos ortopédicos e neurocirúrgicos, e estão sendo explorados como formas de melhorar a terapia a laser, ressecção de tumores e também resultados de biópsias.
4. Sistemas robóticos para manipulação de câmera intra-operatória
Laparoscopia e endoscopia revolucionaram intervenções cirúrgicas, já que são minimamente invasivas e permitem recuperação mais rápida dos pacientes. Contudo, elas são desafiadoras aos cirurgiões por apenas permitirem que vejam suas ações no paciente em um monitor.
A câmera oferecendo uma visão do local de cirurgia é segurada por um assistente humano, e o vídeo acaba tremido, muitas vezes como resultado dessa escolha.
Sistemas robóticos para manipulação de câmera intraoperatória são cruciais nas cirurgias e procedimentos endoscópicos, já que oferecem uma visão estável na área de operação e podem ser controladas pelos próprios cirurgiões com pouca alteração no fluxo de trabalho.
Esses sistemas eliminam a necessidade de assistentes, o que reduz o custo das cirurgias.
Exemplos de robótica na medicina
Abaixo, veremos outros exemplos de robótica na medicina, incluindo alguns sistemas já usados para procedimentos e outros para suporte em operações de limpeza, organização, acompanhamento etc.
1. Próteses atuadas e sensoriais
O campo de próteses avançou tanto nos últimos anos que a pergunta deixou de ser “podemos fazer um substituto eficiente para um membro?” e passou a ser “podemos fazer algo ainda melhor que a natureza?”.
No laboratório de Biomecatrônica do MIT, pesquisadores criaram membros robóticos atuados giroscopicamente que são capazes de identificar suas posições em espaços tridimensionais e ajustar suas juntas para cerca de 750 vezes por segundo.
Além disso, desenvolveram peles biônicas e sistemas de implante neural que interagem com o sistema nervoso, permitindo que o usuário receba retorno tátil do protético e tenha controle volitivo como seria com um membro natural.
2. DAVINCI
Esse é o robô médico onipresente nos procedimentos atuais e o padrão para cirurgias assistidas por robôs.
Essa máquina borra a linha entre ferramenta médica e robô, já que o sistema está totalmente sob controle do cirurgião. Contudo, os avanços que permitiu são incríveis.
Ao usar um sistema robótico DaVinci, as operações podem ser feitas com minúsculas incisões e precisões absurdas, o que significa menos sangramento, risco reduzido de infecções e recuperação mais rápida.
3. Robôs para endoscopia
Novos avanços em procedimentos para endoscopia usando robôs delgados e flexíveis que podem ser guiados como um carro de controle remoto para o local exato do procedimento.
Esses robôs podem então se posicionar lá sem o tremor de uma mão humana e usar uma grande variedade de ferramentas para ações como biópsias e cauterizações.
Ainda mais impressionantes são as endoscopias em cápsulas, em que o procedimento se resume ao simples ato de engolir um robô do tamanho de uma pílula que viaja pelo trato digestivo coletando dados e tirando fotos que podem ser enviadas diretamente para um processador para diagnóstico.
4. Órteses
Exoesqueletos robóticos possuem mais aplicações médicas que para super heróis. Para começar, eles podem ajudar pessoas com paralisia a andar de novo, o que é nada menos que um milagre e um avanço considerável no suporte aos pacientes.
Além disso, também podem ser usados para reabilitação de correção ou malformações após um ferimento na coluna vertebral ou no cérebro ao oferecer aos músculos fracos um suporte extra necessário para movimentos.
Os exoesqueletos funcionam através de uma combinação de movimentos pré-calculados e responsividade do ambiente, mas com o desenvolvimento de interfaces neurais, é apenas questão de tempo até que um exoesqueleto controlado diretamente pela mente esteja disponível.
5. Micro robô de terapia direcionada
Ainda que seja uma tecnologia relativamente nova, é uma promessa enorme no campo da robótica médica. Essas partes mecânicas quase microscópicas enviam remédios e outras terapias para partes específicas do corpo.
Isso pode ser usado para entregar radiação diretamente a um tumor ou reduzir os efeitos colaterais de uma medicação ao contê-la apenas ao órgão onde é necessária.
- Leia também: Robôs do futuro: saiba quais serão suas características e principais finalidades
6. Robôs desinfetantes
A verdade sobre os hospitais é que são lugares extremamente sujos. Pacientes podem entrar para serem tratados, mas às vezes saem de lá com novas doenças.
Contudo, hospitais utilizam grande quantidade de antibióticos, o que pode se tornar um berçário para alguns dos piores tipos de bactérias resistentes possíveis. Por isso, as salas e quartos devem ser mantidos limpos a todo momento.
Considerando que nem sempre esse é o caso por conta de erros humanos, o ideal é deixar uma tarefa tão importante na mão de quem nunca vai esquecer de fazer uma tarefa: um robô.
Novos robôs desinfetantes se movem por conta própria para quartos vazios de pacientes e bombardeiam o ambiente com raios UV altamente poderosos até que nenhum microrganismo esteja mais vivo.
7. Robôs companheiros
Nem todos os procedimentos médicos resolvidos por robôs são questão de vida ou morte. O fato é que existem milhões de idosos, pacientes psiquiátricos e enfermos que sofrem de solidão crônica e falta de estimulação.
Esses pacientes também exigem checkups periódicos de seus cuidadores, o que pode gastar muito tempo. Robôs companheiros resolvem ambos os problemas e possuem efeitos transformadores na vida dos pacientes.
É uma mistura de Tamagotchi com Alexa, que pode chamar uma ambulância caso alguém caia em casa e não consiga se levantar, por exemplo.
8. Enfermeiros robóticos
O corpo de enfermagem é uma parte fundamental e miraculosa da força de trabalho médica, mas também é constantemente sobrecarregado e vive sob pressão. É aqui que os enfermeiros robóticos entram.
Enfermeiros robóticos são sistemas que podem tirar medições de sinais vitais, preencher documentos digitais e monitorar a condição de pacientes.
Alguns desses enfermeiros robóticos estão focados em tarefas servis que atrasam enfermeiros e enfermeiras humanas, como mover macas e carros de um quarto para o outro e até mesmo tirar sangue.
9. Biópsia robótica assistida
Esse é um avanço muito interessante e potencialmente transformador, salvando várias vidas, liderado por um projeto chamado MURAB (MRI and Ultrasound Robotic Assisted Biopsy, ou Ressonância Magnética e Biópsia Assistida por Ultrassom Robótico).
Essa é uma técnica minimamente invasiva para diagnósticos precoces de câncer em que um transdutor dirigido roboticamente é guiado até o local de biópsia por uma técnica que mistura ressonância magnética e ultrassom.
O robô então escaneia o objeto para conseguir mais dados e um cirurgião pode pegar de uma imagem 3D criada para decidir de onde remover tecido para a biópsia. Depois disso, o robô volta pelo mesmo caminho e deixa o paciente com nada mais que um corte fino.
Robótica na medicina: soluções para indústrias
Robôs não são aplicados apenas na linha de frente das soluções médicas, também são usados pelos fabricantes para auxiliar na produção de material para salas de cirurgia, quartos de hospital e muito mais,
Uma forma de reduzir os gastos com investimentos em infraestrutura tecnológica para empresas do setor é focar em soluções flexíveis e com baixo custo total de aquisição.
Esse é o caso dos cobots. Esses robôs colaborativos podem ser aplicados em uma grande variedade de aplicações, são leves, fáceis de implementar e programas, ocupam pouco espaço no chão de fábrica e ainda podem operar sem células de segurança após avaliação de risco.
Com isso, se tornam a saída certa para as indústrias médicas e farmacêuticas que estão buscando soluções de automação mais dinâmica para seus processos.
Esse foi o caso, por exemplo, do Hospital Gentoffe, que começou a usar um cobot UR5 da Universal Robots em suas operações de exames de sangue e conseguiu bater a meta de entregar mais de 90% dos resultados em 1h mesmo com aumento de 20% na demanda. Você pode conhecer esse case completo no nosso site.
- Leia também: Cases do uso de robôs na indústria médica e universidades
Robôs colaborativos na medicina: soluções possíveis para as empresas
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